quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Uma folha caída


Então dizia:
    "Uma hora da manhã, e sinto de novo aquele calor que já se tornou uma constante nas minhas últimas noites. Sim... Aquele calor difícil de entender e de explicar. Aquele calor que se alastra por todo o meu corpo e que não me deixa somente quente, mas que por momentos me parece querer queimar. Abro a janela, sinto correr uma brisa fresca mas simples e inexplicavelmente ela não me consola nem me ajuda... a arrefecer.
     Uma e um quarto e todas as tentativas de receber algum conforto, até mesmo as mais absurdas, não passam disso mesmo, de meras tentativas. Confesso. Neste momento, acho que nem uma arca frigorífica me pode ajudar.
    De repente, já lançado na profundeza dos meus pensamentos à procura de respostas, sinto, mesmo que não entendendo, que deixei alguma coisa de importante para fazer, ou ainda mais grave, sinto que fiz algo de errado a alguém importante. As expectativas de encontrar a resposta estão agora mais elevadas do que nunca. Mas não... Mais uma desilusão. Não é isto. Mais uma vez fracassei!
     Tendo isto tudo em conta, resta-me a derradeira opção. Aquela de que eu, talvez cobardemente já fiz um hábito, que é o momento em que corro para a minha cama, afim de aliviar o que inicialmente era calor e que já se multiplicou em muitos outros estados. Diz-se que a dormir o tempo passa mais rápido, é sem dúvida o melhor que eu tenho a fazer. Pelo menos por hoje...
    Chegara então o momento, uma e meia, em que eu me despediria de vocês e punha o meu plano em prática. Mas, de facto, hoje deve ser o dia em que tudo, ou apenas nada acontece, porque ao contrário das outras noites eu não consigo adormecer. Nem o meu único refúgio, que nunca antes me falhara, hoje falhou.  
     Há males que vêm por bem e foi o que aconteceu. Depois de algum suor e muitas voltas na cama, eu entendi a origem do meu problema. É tudo agora tão óbvio que até parece mentira. É simplesmente a nossa 'amiga' saudade, que tem tentado incessantemente dar ares da sua vida. Sedenta de cede ela tem tentado desde então dizer-me: 'Olá'.
     Agora percebo também, o porquê das várias tentativas de me livrar do calor e do mal-estar terem falhado. Sem dúvida que eles se fazem sentir... e bastante. Só que apesar de estes se revelarem exteriormente, o seu ponto de origem é bem no interior.
    Digo eu (talvez para me tentar desculpar da minha falta de atenção e perspicácia) que pode ser compreensível o facto de eu não me ter apercebido mais cedo quem é que tem tentado 'bater à minha porta'.
     A 'saudade', é um sentimento formado por um conjunto de outros sentimentos, e que para mim é um dos mais complexos e difíceis de descrever. O que me ajuda a provar isso, é o facto de não haver tradução directa para outras línguas. 'Ela' é tão chata e esquisitinha que só 'fala' em Português! De qualquer jeito, a melhor forma de a perceber, é sentindo-a. E eu agora sei. Ela queima... Muito!  
     São quase 2 horas e encontro-me dividido entre a felicidade e a tristeza. Por um lado sinto que diagnostiquei o meu estado e confesso que estou mais leve por ter conseguido transmiti-lo ao mundo, ao meu mundo. Por outro lado, sinto-me a desmoronar porque sei que não há cura para o meu problema. Têm razão, ela existe... Mas há quem já esteja a fazer uso dela. Sinto-me de mão e pés atados e assim vou permanecer. Agora é tarde."


Esta foi uma página solta de um diário, escrita por alguém que até hoje eu não sei o nome. Apenas mais uma. Tudo o que se assemelhar à realidade é simplesmente uma coincidência.
Muito obrigado.

Simplesmente Vida


       A vida.. a vida é vida, e o amor está inserido nela em todos os passos que damos. O mundo em que vivemos deixa tanto a desejar em relação a tanta coisa mas principalmente ao nosso "querido" amor. No entanto há tanta gente que o desperdiça quando ele realmente existe de forma tão pura e no seu ponto máximo.
  É triste ver e sentir que cada vez existem menos pessoas capazes de amar e lutar por alguém só por terem aquele "bichinho" lá dentro que os ordena a tal, ou seja, só porque sim! Já não há confiança, honestidade e diálogo. Há sim puros jogos e batalhas campais afim de se perceber se realmente vale a pena tentar uma vez mais, e na maior parte das vezes não se chega a conclusão nenhuma, nem se chega a ser feliz. Isto deve-se talvez, pelo simples facto de ninguém querer ser magoado uma segunda, terceira ou quarta vez(...). E é aí que reside o problema... não há nada como o primeiro amor, esse é bom, é genuíno e sabe bem... e as recordações ficam para sempre, uma vez que é talvez dos únicos em que nos entregamos totalmente.
    Os restantes são meras imitações reles em que ambas as partes avançam recuando uma vez que o seu "bichinho" ainda não está completamente curado ou porque simplesmente ninguém quer perder mais uma vez nesta "batalha".
    A solução não se apresenta muito díficil, simplesmente o amor deve ser vivido. Sim, vivido como se fosse a primeira vez, mesmo não sendo.. porque nada está para sempre destinado ao fracasso e nem todas as pessoas são iguais.
     Da forma como todos estamos, todos sedentos de amor, derivado a escassez que se "sente".. há sim muitas pessoas a precisar de um porto seguro.. de um tripé que os ajude a viver a vida sem temer quedas, capazes de amar intensamente e puramente.. 
      Basta fechar os olhos entregarmo-nos a "ele", com a confiança de que "ele" nos segurará. Se por algum motivo "ele" não nos segurar, o chão é o limite e podemos sempre nos levantar. Sim, este "ele" é "ele"... o amor, o tal que chamamos de "batalha" na maior parte das vezes.
    Porque é que (quase) toda a gente ouve "canções de amor" e fica em modo pensativo? Ou porque é que uns rejeitam ouvi-las, por as acharem tristes e deprimentes? Toda a gente sofre por amor, mas acreditem que há uma pessoa "perfeita" algures no mundo para cada 1 de nós, é "só" preciso encontrá-la e não desistir. Hope is the key.
    Uma coisa eu garanto, ninguém (sobre)vive sem o mínimo de amor, seja ele de que tipo for... Não és nada sem ele, e quem diz o contrário definitavemente não o sente ou não sabe o que está a dizer, ou simplesmente não é corente.. não é homem/mulher o suficiente para dizer que também precisa dele.
   Eu também não sei o que me deu para escrever tudo isto... talvez seja simplesmente mais um renegado ou talvez goste apenas de escrever aquilo que penso e sinto. 
   Talvez já toda a gente saiba que isto é mesmo assim, e acham que não aprenderam nada de novo ao ler o que está escrito em cima. Talvez achem tudo isto uma "lamechice" sem importância, e têm a certeza que a vida é para ser vivida ao máximo, com diversão quer haja ou não amor... ou talvez não... talvez seja só um meio de fuga e de auto-engano.
Entreguem-se a vida, antes que a própria vida se "entregue" à morte. 

É a vida.. pura e dura. 

Obrigado por poder partilhar isto com vocês, agora já podemos voltar ao mundo real...